POR GERSON NOGUEIRA
O futebol é pródigo em ironias e reviravoltas.
Quando Souza foi dispensado pelo Papão, Cearense entrou em campo contra o
América-MG com a enorme responsabilidade de resolver os problemas ofensivos do
Papão. Não fez gol naquela noite, mas fez o desarme que originou o primeiro e
deu passe perfeito para o segundo. Ainda assim, sua atuação foi cornetada nas
redes sociais porque desperdiçou duas chances.
Depois disso, teve altos e baixos, como todo o time
do Papão, mas volta e meia é alvo de críticas, como se tivesse mais respostas a
dar que os outros oito atacantes do elenco. A patrulha decorre de pura
desinformação, pois Cearense esteve presente em todas as partidas nas quais o
time pontuou na competição, além de ser seu principal goleador.
Já havia atuado muito bem contra o Bragantino,
apesar dos desajustes do time no primeiro tempo. Participou do gol que abriu
caminho para a vitória, raspando de cabeça a bola para a finalização de Fahel.
No sábado, foi dele a atuação individual mais
destacada, contribuindo decisivamente para a importante vitória por 3 a 0, que
botou o Papão novamente na vice-liderança. Marcou de cabeça, logo aos 6 minutos
do segundo tempo, e deu passe cruzado na medida para Edinho ampliar o marcador.
Além disso, teve participação ativa no jogo, incomodando a zaga do Boa e
oportunizando situações para os companheiros.
Cearense não é craque, às vezes perde gols fáceis,
mas é um jogador utilíssimo ao Papão e certamente tem muitos méritos na
campanha que o time empreende na Série B. Já é hora de parte da torcida largar
do seu pé.
A atuação da equipe contra o Boa lembrou bastante o
começo contra o Bragantino, até com os sustos sofridos naquela partida. Mesmo
com certo controle da situação, depois que o Bragantino teve um zagueiro
expulso aos 16 minutos, o time não deslanchava.
Na raiz do problema a crônica falta de criatividade
no meio-campo, onde Valdívia não conseguia achar os atalhos para facilitar a
vida do ataque. O mais impressionante é que o Papão se mostrava incapaz de
fazer a bola girar com rapidez, a fim de explorar a deficiência de marcação do
visitante.
Com Welinton Jr. mais aberto pelos lados, o segundo
tempo trouxe um time mais vibrante e executando jogadas velozes. A nova postura
confundiu a marcação e permitiu o gol de abertura, em cabeçada fulminante de
Cearense após cruzamento perfeito do próprio Welinton. Depois, o lançamento na
medida foi de Cearense para Edinho fazer 2 a 0.
Quando Betinho fez o terceiro gol, fechando a noite,
o Boa já estava inteiramente dominado e exaurido pela correria do Papão. A
vitória categórica e por placar dilatado dá ainda mais confiança ao time na
briga pelo acesso.
Jogo ruim, resultado satisfatório
Ricardo Vilar, goleiro do Rio Branco, foi o melhor
em campo, fazendo cinco grandes defesas. Sua atuação reflete a produção
ofensiva do Remo no primeiro tempo. Na etapa final, o time acreano abandonou a
cautela e chegou a fazer forte pressão, que só diminuiu nos 15 minutos finais.
Apesar das chances criadas, o Remo teve atuação
confusa e desarticulada, com erros de passe e marcação desatenta sobre os
atacantes e meias do adversário. Com Edcléber, Sílvio e Aleílson bem avançados,
a equipe paraense teve amplo domínio, chegando a sufocar o Rio Branco, que
utilizava sua zaga reserva e sentia a ausência do meia Robinho.
Eduardo Ramos, que teve a bola do jogo nos pés logo
a 1 minuto, tentava as jogadas de aproximação com os atacantes, mas no geral
não reeditou rendimentos anteriores, pecando em lances importantes. No segundo
tempo. Teve ainda uma grande oportunidade nos pés, mas o goleiro evitou o gol.
Mesmo abaixo do nível habitual, quase conseguiu fazer um gol olímpico nos
instantes finais.
Na verdade, o Remo encarou o primeiro tempo com
ousadia, disposição para atacar e vontade de vencer. Depois do intervalo,
passou a se comportar como se estivesse interessado apenas no empate. Recuou
muito, atraiu o Rio Branco para seu campo e quase se complicou. Não tinha saída
inteligente e complicava lances bobos.
A zaga azulina acabou se safando muito mais pelas
limitações do ataque acreano. A situação só se acalmou quando Juninho entrou
(substituindo a Edcléber), passando a cair pelo lado direito do ataque. Com ele
e Léo Paraíba, o Remo voltou a respirar, passando a sair de seu campo e quase
matando o jogo em dois bons ataques.
O empate, mesmo depois das chances desperdiçadas,
foi o resultado mais justo. Os erros de posicionamento e finalização
justificaram a igualdade.
Depois do jogo, Cacaio admitiu que a equipe não
convenceu, mas destacou o bom resultado. Sobre a perda de tantos gols, atribuiu
ao mau momento dos atacantes. A bola não quer entrar, argumentou.
Quanto ao futuro na competição, o técnico entregou a
Deus. Em termos espirituais, tudo certo. Mas na vida real o Remo não pode ficar
à espera da ajuda divina. Precisa é jogar mais bola.
Derrota deixa o Águia em situação crítica
Como vem acontecendo há várias rodadas, o Águia
atacou muito, chegou a ser melhor na partida, mas vacilou em momentos capitais.
Sofreu um gol de falta e a partir daí perdeu por completo a tranquilidade em
campo, passando a desperdiçar boas opções de contra-ataque e permitindo pressão
por parte do time da casa.
Júnior Timbó chegou livre diante do goleiro no
começo do segundo tempo, mas chutou errado, pelo lado. Podia ser o gol
necessário para reagir na partida. Até o final, o ASA controlou as ações e
esteve perto de ampliar.
A seis pontos do último time fora da zona (Cuiabá),
o Águia verdadeiramente precisa de alguns milagres para não cair. Terá que
vencer seus três jogos e torcer por seguidos tropeços do adversário.
Blog ainda fora do ar
O blog campeão está há quase uma semana fora do ar,
devido a ajustes na plataforma operacional. Deve voltar à normalidade nas
próximas horas. Conto com a compreensão dos amigos baluartes.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 7)
O Remo fez um primeiro tempo para vencer (apesar da visível desorganização) e um segundo tempo para empatar (mantendo a mesma desorganização).
ResponderExcluirPor sinal, Cacaio tem que ver essa desorganização, pois no mata mata ela pode ser fatal.
Quanto ao PSC,
ResponderExcluirO PSC apresentou enormes dificuldades de criar e dominar a partida no primeiro tempo. Muito em virtude da forte marcação do Boa que bloqueava bem e sai em rápidos contra ataques.
A expulsão e o cansaço do time do Boa foram determinantes para que o PSC crescesse no segundo tempo e conseguisse o resultado.
Creio que no onze contra onze o jogo seria muito mais duro e o placar de vitória (do PSC) seria muito complicado de acontecer, já que o time criava muito pouco.
Apesar dos bons resultados, Dado precisa ajustar o meio para que saia em velocidade. Para isso, precisa liberar mais o lateral Pikachu que, nestes últimos jogos voltou a ficar escondido como lateral, surgindo muito pouco ao ataque.
Ora, o PSC de Dado não pode abrir maõ de seu melhor jogador (será que os gols do Flu fizeram Dado recuar na liberação de Yago?).