POR GERSON NOGUEIRA
O Remo que encara o Rio Branco hoje à noite é muito
parecido com o Remo vencedor do Campeonato Paraense e vice-campeão da Copa
Verde. O técnico Cacaio, mentor da agressividade do primeiro semestre, só se
sentiu à vontade para relançar aquela proposta de jogo nas rodadas finais da
primeira fase da Série D. Bem, antes tarde do que nunca.
Contra o representante acreano, o Remo terá que
jogar bem mais do que apresentou no confronto de ida, em Paragominas. Na
ocasião, venceu por 1 a 0, com extrema dificuldade. Teve posse de bola, chegava
ao ataque e se perdia na falta de objetividade dos atacantes e meias.
O gol salvador saiu já na metade do segundo tempo,
em cobrança de escanteio bem aproveitada pelo zagueiro Henrique.
A situação mudou de figura. O Rio Branco, que se
apresentou fechadinho naquela ocasião, é hoje uma equipe mais organizada. Edson
Gaúcho Jr. arrumou a casa e o time conseguiu antecipadamente se classificar à
segunda fase da Série D, juntamente com o Remo.
A aposta nas bolas altas continua a ser o grande
trunfo do time, o que redobra os riscos para o Remo, cuja defesa andou
vacilando em lances desse tipo ao longo da competição.
Do lado de cá, além da volta ao esquema mais ousado,
Cacaio passou a aproveitar jogadores que têm feito a diferença. Mais que isso:
voltou a apostar no produto interno bruto. Ou seja, decidiu prestigiar
jogadores nativos.
O time escalado para o confronto com o Rio Branco
tem nada menos que sete jogadores paraenses – Levy, Alex Ruan, Chicão,
Ilaílson, Edcléber, Sílvio e Aleílson. É a maior quantidade de pratas da casa
já utilizada pelo Remo no campeonato.
Além da confiança nessa nova formatação, Cacaio
aposta na velocidade e no fôlego dos jovens Edcléber e Sílvio. Ambos vinham se
destacando nos treinos e amistosos. Edcléber começou a despontar em jogo-treino
com o Castanhal, candidatando-se a ganhar um lugar entre os titulares.
Quando a oportunidade apareceu, diante do Nacional,
ele não desperdiçou. Marcou um golaço, disparando um chute forte de longa distância.
Na mesma partida, Sílvio reapareceu em alto estilo fazendo sua jogada
característica: a arrancada rumo ao gol.
Além do sopro de juventude na frente, o time terá
Alex Ruan e Levy nas laterais e o retorno de Ilaílson à posição original de
primeiro volante. Foi ali, como especialista no combate à frente da área, que
ele se destacou e despertou o interesse do Remo. Ao lado de Chicão, de estilo
mais clássico, Ilaílson será o responsável pela cobertura à linha de zaga. Os
jogadores citados constituem a espinha dorsal do Remo.
Já classificado à próxima etapa, um ponto atrás do
Rio Branco, o Leão tem mais um jogo a cumprir em casa, contra o Vilhena, no
próximo domingo. Em caso de empate hoje, ficará em situação privilegiada para
assumir a liderança diante de sua torcida. Uma vitória, porém, já o credencia
novamente ao primeiro lugar geral da Série D, condição que facilitaria bastante
na caminhada rumo ao acesso.
Árbitros erram muito e para um lado só
Marco Polo Del Nero, o assustado presidente da CBF,
que vive fugindo de compromissos internacionais com receio de ser enjaulado
pelo FBI, resolveu se manifestar solenemente sobre as trapalhadas da arbitragem
na rodada do meio de semana da Série A.
A título de defesa dos árbitros, faz aquela
costumeira análise quanto à impossibilidade de acerto total nas decisões de um
apitador. Tem razão, é humanamente acertar sempre. Por outro lado, é plenamente
possível fazer arbitragens corretas, evitando a tentação de inventar e ir além
das regras.
Quando um árbitro expulsa (punição máxima no jogo)
um atleta que manifestou irritação com um lance qualquer, está abusando de seu
poder disciplinador. Foi o que aconteceu em Belo Horizonte no jogo entre
Atlético-MG e Atlético-PR.
A perda do lateral Marcos Rocha e um penal mandrake
lesaram seriamente o Galo, cuja derrota beneficiou diretamente o líder do
campeonato, Corinthians, que por sua vez foi agraciado com a anulação de um gol
legítimo do Fluminense no Itaquerão.
Quando Del Nero conseguir explicar a coincidência de
decisões favoráveis a um lado só talvez dê para começar a levar a sério seus
caudalosos artigos.
Um lançamento de craque
Recebi anteontem da Boitempo Editorial um exemplar
de “Pssica”, o romance amazônico do amigo Edyr Augusto Proença que causa furor
e coleciona críticas positivas em todo o país. Agradeço o presente, que já
comecei a devorar.
Há dois anos, tive a imensa honra de convidar o
autor a assinar uma coluna no DIÁRIO DO PARÁ, instalada num espaço do caderno
TDB às sextas-feiras, para deleite dos leitores do jornal mais lido da região
Norte.
Na próxima quarta-feira, 9, o azulino Edyr lança
oficialmente seu livro em Belém. Será na Livraria da Fox (ali na Dr. Moraes), a
partir das 18h. Estarei lá, rente, na fila de autógrafos.
Bola na Torre
Em debate, no programa deste domingo, a participação
dos clubes do Pará nas séries B, C e D. Comando de Guilherme Guerreiro, com
Giuseppe Tommaso, Valmir Rodrigues e este escriba de Baião na bancada. Começa
logo depois do Pânico, por volta de 00h15.
(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 06)
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