domingo, 6 de setembro de 2015

Com ousadia e confiança


POR GERSON NOGUEIRA

O Remo que encara o Rio Branco hoje à noite é muito parecido com o Remo vencedor do Campeonato Paraense e vice-campeão da Copa Verde. O técnico Cacaio, mentor da agressividade do primeiro semestre, só se sentiu à vontade para relançar aquela proposta de jogo nas rodadas finais da primeira fase da Série D. Bem, antes tarde do que nunca.
Contra o representante acreano, o Remo terá que jogar bem mais do que apresentou no confronto de ida, em Paragominas. Na ocasião, venceu por 1 a 0, com extrema dificuldade. Teve posse de bola, chegava ao ataque e se perdia na falta de objetividade dos atacantes e meias.
O gol salvador saiu já na metade do segundo tempo, em cobrança de escanteio bem aproveitada pelo zagueiro Henrique.
A situação mudou de figura. O Rio Branco, que se apresentou fechadinho naquela ocasião, é hoje uma equipe mais organizada. Edson Gaúcho Jr. arrumou a casa e o time conseguiu antecipadamente se classificar à segunda fase da Série D, juntamente com o Remo.
A aposta nas bolas altas continua a ser o grande trunfo do time, o que redobra os riscos para o Remo, cuja defesa andou vacilando em lances desse tipo ao longo da competição.
Do lado de cá, além da volta ao esquema mais ousado, Cacaio passou a aproveitar jogadores que têm feito a diferença. Mais que isso: voltou a apostar no produto interno bruto. Ou seja, decidiu prestigiar jogadores nativos.
O time escalado para o confronto com o Rio Branco tem nada menos que sete jogadores paraenses – Levy, Alex Ruan, Chicão, Ilaílson, Edcléber, Sílvio e Aleílson. É a maior quantidade de pratas da casa já utilizada pelo Remo no campeonato.
Além da confiança nessa nova formatação, Cacaio aposta na velocidade e no fôlego dos jovens Edcléber e Sílvio. Ambos vinham se destacando nos treinos e amistosos. Edcléber começou a despontar em jogo-treino com o Castanhal, candidatando-se a ganhar um lugar entre os titulares.
Quando a oportunidade apareceu, diante do Nacional, ele não desperdiçou. Marcou um golaço, disparando um chute forte de longa distância. Na mesma partida, Sílvio reapareceu em alto estilo fazendo sua jogada característica: a arrancada rumo ao gol. 
Além do sopro de juventude na frente, o time terá Alex Ruan e Levy nas laterais e o retorno de Ilaílson à posição original de primeiro volante. Foi ali, como especialista no combate à frente da área, que ele se destacou e despertou o interesse do Remo. Ao lado de Chicão, de estilo mais clássico, Ilaílson será o responsável pela cobertura à linha de zaga. Os jogadores citados constituem a espinha dorsal do Remo.
Já classificado à próxima etapa, um ponto atrás do Rio Branco, o Leão tem mais um jogo a cumprir em casa, contra o Vilhena, no próximo domingo. Em caso de empate hoje, ficará em situação privilegiada para assumir a liderança diante de sua torcida. Uma vitória, porém, já o credencia novamente ao primeiro lugar geral da Série D, condição que facilitaria bastante na caminhada rumo ao acesso.


Árbitros erram muito e para um lado só

Marco Polo Del Nero, o assustado presidente da CBF, que vive fugindo de compromissos internacionais com receio de ser enjaulado pelo FBI, resolveu se manifestar solenemente sobre as trapalhadas da arbitragem na rodada do meio de semana da Série A.
A título de defesa dos árbitros, faz aquela costumeira análise quanto à impossibilidade de acerto total nas decisões de um apitador. Tem razão, é humanamente acertar sempre. Por outro lado, é plenamente possível fazer arbitragens corretas, evitando a tentação de inventar e ir além das regras.
Quando um árbitro expulsa (punição máxima no jogo) um atleta que manifestou irritação com um lance qualquer, está abusando de seu poder disciplinador. Foi o que aconteceu em Belo Horizonte no jogo entre Atlético-MG e Atlético-PR.
A perda do lateral Marcos Rocha e um penal mandrake lesaram seriamente o Galo, cuja derrota beneficiou diretamente o líder do campeonato, Corinthians, que por sua vez foi agraciado com a anulação de um gol legítimo do Fluminense no Itaquerão.
Quando Del Nero conseguir explicar a coincidência de decisões favoráveis a um lado só talvez dê para começar a levar a sério seus caudalosos artigos. 


Um lançamento de craque

Recebi anteontem da Boitempo Editorial um exemplar de “Pssica”, o romance amazônico do amigo Edyr Augusto Proença que causa furor e coleciona críticas positivas em todo o país. Agradeço o presente, que já comecei a devorar.
Há dois anos, tive a imensa honra de convidar o autor a assinar uma coluna no DIÁRIO DO PARÁ, instalada num espaço do caderno TDB às sextas-feiras, para deleite dos leitores do jornal mais lido da região Norte.
Na próxima quarta-feira, 9, o azulino Edyr lança oficialmente seu livro em Belém. Será na Livraria da Fox (ali na Dr. Moraes), a partir das 18h. Estarei lá, rente, na fila de autógrafos. 


Bola na Torre

Em debate, no programa deste domingo, a participação dos clubes do Pará nas séries B, C e D. Comando de Guilherme Guerreiro, com Giuseppe Tommaso, Valmir Rodrigues e este escriba de Baião na bancada. Começa logo depois do Pânico, por volta de 00h15.

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 06) 

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