quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Frieza e objetividade

POR GERSON NOGUEIRA


Muitos gols, uma virada logo no primeiro tempo e o triunfo final do Papão, com direito a dois sustos nos minutos finais. Tudo como manda o figurino da Série B. Vitória da frieza e objetividade, aproveitando as chances, desperdiçando algumas e correndo alguns riscos. O Papão alcançou 47 pontos, está colado no líder Botafogo e se distancia dos demais times do G4. O acesso, mais do que nunca, é uma possibilidade real.
Não deu muito tempo para que os times entrassem naquela história de estudos. Para surpresa geral, o ABC balançou as redes logo aos 7 minutos, com o bom Ronaldo Mendes. Vacilo de marcação da zaga pelo lado direito permitiu o gol potiguar.
O Papão não se abalou e, mesmo com um time bastante modificado, foi à frente e passou a pressionar em busca do empate. O gol não demorou a nascer. Aos 13, o quase desconhecido Léo – escalado à última hora por Dado Cavalcanti – balançou as redes.
Várias situações de área eram criadas, meio aos trancos e barrancos, mas o Papão continuava em cima, querendo a vitória. Rony já estava em campo, substituindo a Welinton Junior, sacado por contusão. Apesar de boa distribuição em campo, o time perdeu força ofensiva com a saída de Welinton. Ainda assim, chegou ao segundo gol aos 31 minutos, em penal marcado depois de uma bola na mão de zagueiro do ABC. Betinho converteu.
Com a virada, o Papão desceu para os vestiários bem mais confiante, sabendo que poderia administrar as ações na etapa final contra adversário também desfalcado, mas sempre perigoso nos contragolpes.
Do meio para a frente, o time até se movimentava bem, com Jonathan conduzindo o jogo, apesar da apagada atuação de Carlos Alberto, que reaparecia no time titular. Do lado potiguar, o perigo estava nos pés de Ronaldo Mendes e Bismarck, sempre muito ariscos e rondando a área.
A partida foi se arrastando e, aos poucos, o Papão pareceu cair num certo relaxamento, situação que favoreceu algumas estocadas seguidas do ABC, principalmente depois que Adriano entrou no ataque. Quando o perigo de um empate já inquietava a torcida, eis que veio o terceiro gol, aos 34 minutos, através do atacante Betinho, aproveitando um clarão no setor defensivo dos visitantes.
Sempre criticado nas primeiras vezes em que entrou na equipe, Betinho mostrou utilidade, como já havia ocorrido na partida com o Santa Cruz, no Recife. Corpulento, sabe e gosta do jogo de choques com os zagueiros e é muito eficiente ali junto à pequena área. Começa a ganhar a titularidade, apesar de visivelmente ainda não estar em plena forma.
Depois do terceiro gol, o que era tranquilidade virou acomodação e o Papão passou a ceder espaços no meio-campo e se mostrar vulnerável no miolo de zaga. Bismarck tentou duas vezes, Ednei quase acertou um tiro de média distância, Emerson evitou um gol certo e Adriano acabou acertando um cabeceio aos 44 minutos, diminuindo o placar.
O gol deu sangue novo ao ABC e intranquilizou o Papão, que por cinco minutos quase sacrificou uma vitória certa e até cômoda. Bismarck, em dois arremates bem defendidos por Emerson, esteve bem perto de obter o empate final.
No frigir dos ovos, um excelente resultado para o Papão, que tinha contra si o desentrosamento natural de várias peças escaladas para a partida. Sentiu também a ausência de Pikachu, Fahel e Augusto Recife, mas mostrou que tem um jogo pronto, encaixado e maduro.
Com a segurança de quem cumpre campanha quase impecável, o time de Dado Cavalcanti garantiu com sobras a permanência na Série B (o limite mínimo era 45 pontos) e marcha para o acesso com autoridade. A partida de ontem retratou novamente a consistência do esquema montado pelo técnico, que já não depende de um ou outro jogador titular. Funciona a contento mesmo com muitos desfalques. A isto se pode chamar de regularidade. 

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