sábado, 12 de setembro de 2015

Facilidade e risco

POR GERSON NOGUEIRA

O jogo Remo x Vilhena, tão aguardado pela torcida azulina, tem toda pinta daquelas cascas de banana tão ao gosto dos caprichos do futebol. Atentem para os sinais. Depois de ameaçar reiteradamente não vir a Belém fazer a última partida da fase de classificação, o time rondoniense chega completamente estropiado para o confronto.
O técnico Marcos Birigui talvez só tenha três atletas para compor o banco de suplentes. Já vimos inúmeras vezes equipes combalidas se transformarem repentinamente em verdadeiras carnes de cabeça aqui dentro. Cacaio que se acautele.  
Completamente desinteressado depois de ter sido eliminado da competição na rodada passada, o VEC entrará em campo sem nenhuma pressão sobre os ombros.
Se você não ganhou nada, não tem nada pra perder, diz aquela velha canção do Camisa de Vênus. O conceito se aplica perfeitamente à situação do Vilhena.
O representante rondoniense vem apenas cumprir tabela, mas de repente pode se entusiasmar e criar dificuldades para o mandante. Com estádio cheio e a expectativa de um feliz reencontro da torcida com seu time, o risco de um revertério não pode ser descartado.

Um exemplo bem parecido com o cenário atual se registrou na abertura do Campeonato Paraense desta temporada. O estreante Parauapebas veio cheio de problemas para desafiar o Remo no Mangueirão. Com poucos reservas, o time havia treinado apenas duas vezes, mas conseguiu derrotar os azulinos por 2 a 1. Um resultado inesperado, sem explicações ou justificativas, como toda zebra que se preze.
Da parte do Remo, o time foi montado de maneira a não permitir que o sobrenatural de Almeida entre em campo. Cacaio repete praticamente a mesma equipe que empatou com o Rio Branco. A única mudança é na zaga, onde Igor João deve substituir a Max, suspenso.
O sistema 4-4-2, de inspiração ofensiva, está mantido. O segredo está nas duplas montadas para pressionar o adversário. No meio, Eduardo Ramos e Edcléber. Na frente, Rafael Paty e Léo Paraíba. Não funcionou em Rio Branco, mas pode deslanchar neste domingo, desde que os laterais Levy e Alex Ruan tenham liberdade para avançar.
Ramos, cabeça pensante do esquema, tem o papel crucial de tornar as ações ofensivas mais claras, trabalhando na organização de jogadas e chutando a gol. Bom finalizador, nos últimos jogos permaneceu na intermediária, longe demais da zona de tiro. O time perde força quando isso acontece.  


Papão volta com saldo positivo

O bicolor juramentado Pedro Nelito Jr. foi cirúrgico: “Uma odisseia”, disse nas redes sociais, ainda sob a emoção do empate arrancado a fórceps no Durival de Brito na noite fria de sexta-feira. Nelito estava certo. O jogo foi duríssimo para o Papão. Ninguém esperava moleza, é verdade, mas o Paraná foi mais forte do que se imaginava.
Agredindo sempre e concentrando suas ações ofensivas pelo meio, baseado na qualidade de passe de seus armadores e atacantes, o Paraná mandou no primeiro tempo e em boa parte do segundo. Fez um gol, tinha o jogo nas mãos e se mantinha sempre rondando a área do Papão, criando várias oportunidades.
A equipe paraense sofria com atuações fracas de vários jogadores e de uma confusa movimentação entre meio-campo e ataque. Pikachu permanecia atrás, anulado pela marcação adversária, enquanto que os homens de frente raramente tinham chance de finalização. Como ocorreu diante do Santa, o Papão esperava que o adversário cometesse um erro para tentar chegar ao gol.
O problema é que o Paraná custou a cometer esse erro. Na verdade, só facilitou as coisas depois que Dado Cavalcanti resolveu sair pro jogo, ali por volta dos 20 minutos da etapa final. Com Welinton Jr. enfiado entre os atacantes, confundindo a marcação, o Papão se preparou para um bote certeiro.
Ele foi dado aos 32 minutos. Pikachu recuperou bola no campo de defesa do Papão e fez um lançamento de 30 metros para Welinton, no chamado ponto futuro, por trás da linha de zagueiros. O atacante recebeu e tocou na saída do goleiro. Um gol que foi metade de Pikachu, metade de Welinton.
O empate serviu para apagar em parte a má performance ao longo da noite, assegurando a conquista de quatro pontos em dois jogos longe de casa. Foi a sexta partida invicta no returno. O Papão segue como vice. Joga na conta do chá e capricha na objetividade. Cria pouco, mas aproveita todas as chances que surgem. Vai dando certo.


Bola na Torre

Giuseppe Tommaso comanda a atração, a partir de 00h15 na RBATV. Na bancada, Valmir Rodrigues, Alex Ferreira e este escriba de Baião.
Em pauta, a participação dos clubes paraenses nas competições nacionais e os principais assuntos da semana esportiva.


Natal com música e futebol

Amigo da coluna, Marcos Maderito, cantor e compositor da Gang do Eletro, avisa que está em campanha de mobilização de músicos e atletas para um grande evento beneficente no próximo Natal. Pikachu é um dos boleiros que aderiu à iniciativa. Outros já estão sendo contatados.  

(Publicada no caderno Bola deste domingo, 13)

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